domingo, 14 de dezembro de 2008

Hela nasceu de perfil.



Pega o telefone. Chama uma. Chama duas. Desliga.
Dá de cara prum Modigliani sem olhos. Perdeu o contato?
Mete um palito de dentes na unha encravada do pé.
Disca de novo. Alguém atende.
HELA (de supetão): São coisas que vem à parte na minha cabeça.
Alguém: Eu sei.
Hela: Sabe?
Silêncio. Silêncio longo. Silêncio longo e cheio.
Hela e Alguém:Tá aí?
Suspiram. Cerram as pestanas.
Adormecem abraçados; cada qual ao seu aparelho.
RóóóncoSsssss sinfônicos e distantes.
Hela e sua grande orelha rosa... tudo podia ser reouvido nesse mundo.

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