terça-feira, 7 de junho de 2016

COPACABANA


Esse jogo de damas enviesado serpenteia as rodas os aros as pisadas. Peito- meio- ponta- peito- meio- ponta- dor e do-in no pé. Ah, pé com pé, as melhores trepadas começam pelas solas... faz assim faz, encosta me sente me fode me adentra de cócegas gemendo em quem não quer par só de si próprio. Tato de se enfiar num outro espaço. Num tanto tão miúdo passaria toda a ampulheta. De grão em grão tece a esteira marrom. Nas vias não aéreas do concreto o Forte vira paisagem morta. Mole mole fazer arranhão nas expectativas do desejo. Músculo tem lama de castelo destronado nesse campo de burro quando foge brecado por panos de cores vibrantes que ventam as íris. Mais vale encarar o azul acima. Queria mesmo aqueles olhos verdes, aquela pressa certeira de quem precisa de água. Curvas ensimesmadas nesse alto baixo de espumas fazendo caldo uterino. Esquece o reto dessa prancha! Olha o mate! Mate leão! Chega de rugir! Escorpião quer água, não é siri que anda de lado, é rodamoinho que renasce em veneno do próprio rabo. Sede que nunca passa, calma que nunca chega. Biscoito Globo! Olha o Globo! Não, não me venha com farelos, o universo tá no umbigo. Quando o acolá vira aqui a gente inventa outro ali e cria picolés que entopem a boca de areia. Engasgou-se atrás das Pelancas do agora. Solavancos de sal. Pitadas de mamilo. Podem matar. Matar quem já morreu? Tá tudo duro na pélvis escondida nesse sobe e desce de líquido danado. Seria fácil nós rebolarmos juntos os círculos da cintura e da vida, tocando nas agruras do passado remexido no futuro que tá presente. A única certeza dessa maré é a Lua. IMERGE, MERGULHA, INUNDA nesse óleo sem filtro. Por que pode cabeça dentro do mar e o chuveiro não permite sal na cuca? Vira, vira, vira a rede. Pesca sem isca o afogado que não é peixe, mas morre pela boca. Foi salvo pelo monstro sem asas. Seria mais lindo ir embora do ar que se respira. Isso é pra quem gosta de guimba. E pra gente que trata fumante feio leproso, mas respira fundo e afunda no monóxido de carbono dessa calçada. Ar rarefeito de domingo desfeito. Delirium tremens na escuridão, desdenho as grandezas na avidez pelos significados. Mamão é ferida de pele, cenoura é câncer na alma. Copacabana tá sem cabana. Restam só as copas dum coração partido.

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