domingo, 4 de janeiro de 2009

mEsA dE bAr

Chegou em casa depois de duas caipvodcas não caprichadas e fortalecidas por goladas de whisky. Devia ter pedido cachaça com fruta do conde, quem sabe faria mais efeito.
Entrou sozinha no banho gelado; precisava processsar... o mundo era mesmo menor que a sua unha do mindinho mais que roída. Ele ia ser pai.
Tirou as lentes de contato e, depois de muito procurar, encontrou seus óculos caídos no chão. E esse Jung que martela e diz que tudo é sempre mais alguma coisa. Deu de cara com o lixo da cozinha sujo de café passado e foi pelada até a lixeira do prédio. Foda-se se tivesse alguém vendo Hela pelo olho mágico; seria ao menos algo - um outro vendo seus pêlos encravados- pois sua vida nada era.
Tacou o lixo pela lixeira. O velho tinha que abandonar o corpo nu. Ele ia ser pai. Ele que não era nada, só mais uma paixão platônica como todas as da sua vida. Agora entendia tudo.
No dia que a realidade fosse real Hela não seria mais Hela.
E no andar de cima um casal trepava na cama de molas. Talvez não entendesse bulhufas... Queria ser mãe. Até pouco tempo atrás tinha pavor de sentir um treco crescendo dentro do ventre. Mas agora via que precisava de outro. Era a hora de admitir que não poderia viver mais como um beta.
Os desencontros; esses sim faziam a vida.
Precisava de um filho pra tomar conta de outro e esquecer d´Hela mesma.



Um comentário:

  1. Nda sei sobre instintos maternais, colostros e afins, mas os peitos d"Hela estão maiorzinhos e cada vez mais bonitos.

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